Segue a movida madrileña: o que fiz em Madrid

agosto 04, 2020



Essa foi uma viagem pré-pandemia COVID-19, realizada entre julho e agosto de 2019. Inclusive rever essas fotos e relembrar passeios funcionou como um exercício de paciência e esperança, viu? Que saudade de viajar! Mas bora lá: eu gostei de Madrid, adorei o fato da cidade ser super segura, os ônibus funcionam lindamente, museu pra um lado, palácio pra outro, muito comércio, ofertas gastronômicas de encher os olhos e a boca, ruas formigadas de turista e… tudo o que uma “cidade grande” tem. Não sei se foi uma  “impressão de verão”, que é uma das épocas em que a cidade fica mais lotada de um turismo frenético e agoniante, não sei se é porque eu realmente não tô na sintonia de cidades muito agitadas, mas eu gostei. Nada fulminante (como foi com Toledo, Segóvia, Sevilla e a minha preferida de todas: Granada). Foi um gostar muito normal, sem escândalo, mas é um lugar que eu voltaria facilmente! (*e voltei em dezembro de 2019, no inverno!)


Acho que essa foi a viagem que mais marcou no quesito comida! Logo quando eu cheguei fui direto para a Plaza Mayor, estava fazendo um calor de 40 graus e de cara tomei um sorvete (
Bico de Xeado, o de tarta de queso é uma delícia) e já tive aquele sabor-afetivo da viagem. Foi amor à primeira vista! Se você quiser provar os tradicionais bocadillos de calamares, a Plaza também é um bom lugar (fui em julho & em dezembro de 2019 e os preços variavam entre três e quatro euros). Por lá os pratos mais ofertados são paella (25 euros para duas pessoas + duas taças de bebida) e a tortilla. Prove tudo! 


O roteiro básico por Madrid inclui comer no 100 Montaditos, beber (sangria, tinto de verano) no Mercado San Miguel, caminhar até o Palácio Real de Madrid e sorrateiramente ficar na fila à espera da entrada em horário gratuito (veja AQUI  quais). O bacana é que nessas cidades turísticas sempre tem a possibilidade de entrar gratuitamente em museus e por isso cheguei cedinho, esperei tranquilamente na fila (inclusive na época havia muitos artistas de rua, então você acaba se distraindo e o tempo passa voando) e, pronto: entrei e visitei tudo!



Sinceramente eu prefiro fazer os passeios a pé, evito ao máximo aqueles carrinhos-carrega-turista, táxi, enfim. Se você também curte, ali mesmo pelo centro dá para fazer uma caminhada até os Jardins de Sabatini (fica coladinho com o Palácio Real) e para terminar o dia (se tu ainda tiver energia, claro) bater perna na Granvía. Primark e H&M são entupidas de gente especialmente no verão pois é quando acontecem as rebajas (promoções) e só o que tem é roupa a dois, três euros (inclusive, se quiser comprar casacos a hora é essa, tudo fica com desconto). tem uma loja lá que amei muito e comprei dois vestidinhos lindos, se chama KLING e tem roupas com características bem espanholas porém bem moderninhas! Me apaixonei geral.


Outro passeio bacana é visitar o Templo de Debod, uma instalação egípcia do século II a.C e que fica próximo à Praça Espanha. No Verão a subida a pé até lá chega a ser bem cansativa mas depois que a pessoa chega e senta na sombra, dá uma respirada funda e olha ao redor, a sensação de paz recompensa! Para compras e passear e se perder, indico o Barrio Malasaña e o Barrio La Latina (tem uma estação do metrô que para exatamente lá). Uma coisa que gosto de fazer em viagens é sair topando com as coisas (restaurantes, lojas, museus) e vasculhando. Foi numa dessas que encontrei a Libreria La Central (bem aconchegante e tem um café bem bonitinho) e a Libreria Bardón (o lugar tem um cheiro bom, livros super-super antigos, não pode tirar foto, parece aquelas bibliotecas de filme. Me lembrou um pouco o Real Gabinete do Rio de Janeiro). 



No Museu Reina Sofía eu vi Guernica de Picasso e uma dezena de quadros de Salvador Dalí. Mas nas ruas também vi coisas que nos provocam e deixam o choro preso, parecido como me senti com os quadros. Gente dormindo na rua, gente se ajoelhando no metrô lotado pedindo comida, gente que furtou quem dormia bêbado. Dá pra ver a tensão e agonia dos “manteros” (camelôs), que ficam vigilantes com medo da polícia. Só um pouco de atenção olhando os rostos das pessoas (visivelmente imigrantes) no ônibus e dá pra ler cansaço, incerteza. Muita coisa funciona do ponto de vista prático/funcional, e isso é ótimo. Andar com o celular na mão e internet funcionando plenamente? Luxo. Ouvir barulho de moto e não precisar sair correndo, meu sonho! Caminhar sozinha de noite, delícia! Mas muita coisa também desanda no sentido humano, e isso é péssimo. É péssimo aqui, ali... em qualquer lugar do mundo, sabe?


É de cortar o coração ver a quantidade de gente em situação de rua por em Madrid. Grande parte é imigrante. Há protestos onde as pessoas ficaram em círculo e em silêncio, em respeito aos que sofrem. Fiquei com um nó na garganta. É tanta gente com olhar perdido: nos metrôs, nos ônibus, nas ruas... gente que é atropelada pela ruma de turistas que atiram moedinhas, como quem visita bichinhos no zoológico. Um teto: esse deveria ser o mais básico dos direitos. Enfim, foi basicamente isso!

😉

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