Museu vivo? Tem sim e está em Campina Grande. Chega ver!*

julho 28, 2018


Um passeio diferente para quebrar a rotina e, quem sabe, espantar o preconceito que temos com alguns animais. Tocar em serpentes que tem mais de seis metros de comprimento, segurar no colo lagartos com aparências exóticas, observar de perto os olhos cintilantes de sapos raros, sentir a dureza da pele de um jacaré ou apenas observar a mansidão dos jabutis, considerados símbolos de longevidade. Animais que impressionam pelas cores, barulhos, tamanho e, principalmente, beleza!

Todos eles estão no Museu Vivo Répteis da Caatinga, localizado na cidade de Puxinanã, região metropolitana de Campina Grande, na Paraíba. Com uma área de aproximadamente um hectare, o espaço abriga mais de 350 animais de várias espécies de praticamente todos os biomas, que chegam até lá através do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), ou via permuta com outros criadores.


O responsável pelo local é Silvaney Medeiros Sousa, que começou o empreendimento a partir de uma perspectiva conservacionista, com apenas 30 animais que ele considerava bichos de estimação. Mas a paixão é antiga, desde os 12 anos de idade ele tinha verdadeira admiração por répteis e na fase adulta, apesar de trabalhar como gerente em uma rede de lojas durante 10 anos, tinha como sonho poder compartilhar tudo isso em forma de museu vivo. Em 2010 ele submeteu um projeto que previa a criação de um zoológico e assim conseguiu tornar público o seu riquíssimo tesouro, hoje considerado uma das maiores coleções vivas do Brasil. “Somos um dos únicos empreendimentos que tem e reproduz a espécie ‘Cobra Preta’, do bioma da Caatinga. Já são mais de 30 serpentes desse tipo”, comenta Silvaney.

Poder tocar: um dos atrativos do zoológico!
A diversidade de cores e texturas dos bichos encanta os visitantes do Zoológico e Museu Vivo Répteis da Caatinga. Com orientação e supervisão dos guias, é possível tocar nos animais e sentir a delicadeza ou a aspereza das peles. O dinamismo entre os animais e o público (sempre atuando com interações guiadas) e a forma como os condutores orientam as visitas (prezando especialmente pela perspectiva educativa), reforçam a proposta de museu vivo, principal desafio do empreendimento.

Dragão Barbudo: espinhos na pele são falsos e servem apenas para afugentar predadores
Nesse local, não importa a idade: todo mundo se diverte e em alguma hora será impossível disfarçar expressões de espanto, curiosidade e até medo. Não é fácil segurar uma Jiboia do Deserto (originária da África) e sentir nas mãos o escorregar gelado da sua pele, mas acredite: com uma boa dose de coragem é uma experiência que vale a pena! Não é obrigatório, mas é difícil sair de lá sem garantir uma foto segurando uma das serpentes. Tente não se hipnotizar com as línguas finas e bifurcadas que passeiam no ar e depois nos conte!


Passear por lá é, além de um exercício de aproximação com a natureza, um convite para repensar como pode ser escasso o nosso repertório sobre as serpentes em geral. Quebrar preconceitos e receber dicas básicas de como proceder em situações de risco também são itens que entram no vasto cardápio de informações que são oferecidas pelos guias. A grande atração do zoológico é Juquinha, uma cobra píton albina que pesa 45kg e tem quase quatro metros de comprimento. Mas além dela há seis tipos de Jararacas, além de serpentes raras que nascem com uma coloração diferente, olhos avermelhados e com texturas que mudam de acordo com o ambiente em que vivem.


Abimael Guedes, estudante de biologia e filho de Silvaney, tem no museu vivo um espaço para estudo e aprofundamento do tema. Herdando do pai a paixão pelos animais, ele nos apresentou o Gecko Leopardo. Um simpático lagarto de textura aveludada que carrega uma característica bem peculiar: por ser originário de regiões muito secas, ele consegue armazenar gordura na cauda e com isso sobreviver mais tempo em situações de escassez de alimento.


E não se espante com a aparência do Dragão Barbudo! Os espinhos na pele são falsos e servem apenas para afugentar predadores, a surpresa ocorre ao tocar nele: você se surpreende com a diferença entre o que vê e o que sente! Originários da Austrália, esses bichinhos são extremamente dóceis e carinhosos e se acomodam nos ombros dos visitantes com facilidade. Basta vencer o medo da primeira impressão e depois é só alegria!

Como chegar: visitas agendadas e perspectiva educativa
A visitação ao Museu Vivo e Zoológico Répteis da Caatinga custa R$ 15,00 e é feita mediante agendamento através dos telefones (83) 3326-0011 e (83) 99955-7139 (WhatsApp). De segunda a sábado o local recebe os grupos (mínimo de 10 pessoas) que participam de um roteiro que inclui palestra e interação com os animais.

O zoológico também é aberto um domingo por mês, com datas que são avisadas antecipadamente através das redes sociais. Nesses casos, as visitações individuais acontecem das 8h às 12h e custam R$ 15,00 (inteira) e R$ 7,50 (estudante e crianças de até 12 anos). Mais informações podem ser obtidas através do e-mail contato@repteisdacaatinga.org ou na página do Facebook deles, clica aqui!

*Texto originalmente divulgado na Revista Eventus, disponível clicando aqui.

Veja também

0 comments